sexta-feira, 4 de maio de 2012

Zona Morta - Proposta de HQ para Terra Devastada

Salve povo!

Recentemente propus ao John Bogéa que fosse feito uma HQ para seu jogo, o Terra Devastada.

Para tentar convencê-lo, escrevi uma história introdutória para ele avaliar.

Abaixo apresento a vocês essa história introdutória.

ZONA MORTA

- Enfim… não sei ao certo se esse guia que estou escrevendo vai servir algum dia para alguém nessa cidade. Está todo mundo morto!

Imagem da praça do relógio. Nenhum zumbi, mas muita desolação.

- Não me esbarro com gente viva, ou pelo menos com aqueles que valem a pena esbarrar, há quase um ano.

Imagem de alguma rua com um carro da PM abandonado e manchas de sangue em sua lataria.

- Mas acredito que se tem alguma coisa boa que posso deixar nessa minha vida miserável é um guia com meus relatos sobre os vários lugares que percorri na Zona Morta de Belém.

Imagem da Basílica de Nazaré em um ambiente desolado e zumbis andando aleatoriamente.

- É isso mesmo que vocês leram: Zona Morta!

Um foco da imagem da basílica, agora enquadrando uns dois ou mais zumbis.

- Eu escutei muito bem essa classificação dada à Belém quando os homens do exército receberam a ordem de evacuar...

Imagem do quartel do 2º BIS vista da Av. Almirante Barroso. Uma barricada militar abandonada montada na via. Servia como controle de infectados na saída de cidade, antes que o caos tivesse tomado conta.

- ...deixando para trás centenas de refugiados na área de quarentena...

Uma imagem de um acampamento médico instalado no campo de futebol do quartel. Abandonado, se pode ver zumbis em roupas de médicos e roupas de pacientes andando aleatoriamente pelo local.

- ...e milhares de possíveis sobreviventes que estariam lutando pela vida em áreas infestadas por mortos vivos.

Imagem do Entroncamento com um engarrafamento de carros abandonados e milhares de zumbis andando aleatoriamente.

- Como são as coisas.

- Há séculos conseguimos nos retirar da cadeia alimentar que equilibra a natureza no planeta terra.

Imagem de um homem sedento bebendo água á margem de algum riacho.

- O homem um dia, em sua imensa arrogância, decidiu que não seria mais a caça de ninguém! Decidiu que seria o caçador supremo. Que predaria tudo aquilo que lhe fosse essencial a sua sobrevivência e ao seu bolso.

Uma nova imagem desse homem bebendo água no riacho, agora com uma silhueta de um zumbi no fundo se aproximando.

- Eis que então a natureza tardou, mas não falhou. A resposta à arrogante raça humana foi clara. Se o homem não tem mais nenhum predador natural, então ele passaria a ser predador de si mesmo. Então, da noite para o dia, passamos a ser a presa perfeita.

Imagem do homem sendo mordido pelo zumbi.

- Não sei ao certo quando ou onde tudo isso começou, mas os primeiros sinais do que estava por vir foi sendo noticiada pelo mundo a fora como uma epidemia. Diziam os noticiários que possivelmente uma gripe letal estava matando as pessoas infectadas em poucos dias.

Imagem de um jornal abandonado no chão, onde é possível ver a primeira folha com a notícia: Epidemia! O que fazer para se proteger?

- O que eles não diziam... hehehe... mas como eles poderiam prever? Enfim... os mortos começaram a voltar à vida, e pra piorar, com muita fome. O prato principal? Os seres vivos.

Imagem da onde estava o jornal abandonado, agora ampliada, mostrando alguns grupos de zumbis atacando pessoas caídas no chão.

- São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte... as principais cidades foram logo afetadas pela epidemia. Algumas semanas depois, chegou a Belém.

Mesma imagem anterior, agora ampliando ao ponto de mostrar ao fundo a fachada do Mercado do Ver-O-Peso.

- Primeiro foram os hospitais, principalmente os de urgência e emergência. Inadvertidamente eles acolhiam os infectados para tentar salvar suas vidas. Mal eles sabiam que eram suas próprias vidas que estavam em jogo.

Imagem do Pronto Socorro de Belém desolado e com zumbis andando aleatoriamente.

- Enfim...

- A ignorância é uma merda! Por isso que estou escrevendo esse guia. Para que possa servir para alguém.

Imagem de um caderno grosso em espiral pousado sobre uma mão, e outra mão escrevendo em suas páginas.

- Mas voltando à linha de pensamento, o caos logo tomou as ruas. Não dava pra saber quem estava morto e quem estava vivo. Afinal de contas, nem sabíamos que os mortos vivos estavam mortos. A partir daí, tudo se resume a correria e luta pela vida.

Imagem da Av. Nazaré com várias pessoas em fuga, umas outras usando armas de fogo e itens que sirvam como armas de mão atingindo zumbis que se aproximam dos vivos.

- Até que os homens da PM tentaram conter o avanço, mas poucos detinham o conhecimento de como abater um morto vivo.

Imagem de um PM sendo devorado por zumbis.

- Muitos sobreviventes se trancaram em suas casas ou prédios, com muros altos, grades rígidas e paredes resistentes de alvenaria. Mal eles sabiam que suas fortalezas logo viriam a se tornar suas prisões.

Imagem de um pequeno grupo de sobreviventes aninhados na sala de uma casa a beira de alguma via, vendo mortos vivos passando pela rua através das grades da janela.

- Sem comida e água, nenhum ser vivo consegue permanecer em um mesmo lugar por muito tempo. Pra piorar, os mortos vivos não se cansavam nunca e nem sentiam sono. Nem tinha como! Eles já estavam mortos mesmo.

Imagem da área interna de algum supermercado repleto de comida nas prateleiras e zumbis caminhando por seus corredores.

- Portanto, a luta pela vida passou a ser a luta pela sobrevivência: conseguir comida, conseguir água, achar lugares seguros para dormir, aprender a se deslocar sem ser notado pelos mortos vivos, etc.

Imagem de sobreviventes se esgueirando pelas ruas, tentando passar pelos zumbis sem serem notados.

- Quem um dia iria imaginar que as profecias de Romero fossem se tornar realidade?

- É... o cara já previa isso a muito tempo.

Imagem focada das capas dos vídeos de Romero abandonada em alguma locadora desolada.

- Mas enfim! Espero que esse guia que estou escrevendo seja útil para alguém, do contrário terei passado por dificuldades à toa nesse último ano explorando a região urbana da grande Belém.

Novamente a imagem do caderno sendo escrito.

- Quem diria?! Enquanto havia ordem, eu era apenas mais um nerd. Agora, com o caos estabelecido e o conhecimento que adquiri de anos lendo literatura e vendo produções sobre zumbis, me tornei um dos homens mais importantes da cidade.

Imagem ampliada da pessoa que escreve o caderno, aparecendo de perfil. O local pode ser o topo da caixa d’água da COSAMPA em São Braz.

- Bom... pelo menos não faltaram muitos para se equiparar a mim... João Borges, ex-marqueteiro e agora Guia de Zonas Mortas. Imagem frontal de Borges sentado no topo da caixa d’água escrevendo o caderno com um sorriso de satisfação.

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